Sherlock Holmes Consulting Detective (PC Engine CD)

Mais uma super rapidinha a um jogo de PC Engine porque sinceramente o tempo disponível para jogar não tem sido muito. E hoje resolvi cá trazer a versão PCE-CD do Sherlock Holmes Consulting Detective Volume 1 que já cá tinha abordado na sua versão para a Mega CD. O jogo parece-me ser rigorosamente o mesmo, pelo que recomendo a leitura desse artigo para mais detalhes. O meu exemplar foi comprado a um particular num lote de vários jogos PC Engine, TurboGrafx-16 e Saturn que comprei algures no mês passado. Este em particular custou menos de 5€.

Jogo com caixa, infelizmente não me apercebi que não trazia manual

Ora este Sherlock Holmes Consulting Detective é um jogo produzido por uma empresa norte-americana, a ICOM Simulations (responsável também por clássicos como Shadowgate), embora o Wikipedia refira que a primeira versão deste jogo tenha saído no FM-Towns, um computador inteiramente japonês, o que sinceramente tenho algumas dúvidas. É um jogo em full motion video, um dos percursores daquela moda que assolou o ocidente na primeira metade da década de 90, em todos os sistemas que possuíssem tecnologia em CD. A Mega CD foi muito afectada por isto e ganhou má fama ao longo dos anos, embora possua outros jogos bem interessantes na sua biblioteca que acabam por passar mais despercebidos. A Turbo CD também poderia passar pelo mesmo caminho, não fosse o sistema ter sido um fracasso completo no mercado norte-americano e ainda assim receberam alguns jogos FMV, este é um deles, pois acabou por receber conversões para uma série de diferentes plataformas.

O vídeo é, tal como na versão da Mega CD, altamente comprimido e numa resolução muito baixa. Mas ao menos tem mais cor!

Neste jogo teremos 3 casos policiais para resolver e por resolver entenda-se visitar vários locais e pessoas, ouvir o que têm para dizer, ler notícias em jornais, usar os “Baker Street Irregulars” para obter mais informações e, quando acharmos que temos informações suficientes para resolver um caso, visitamos um Juíz, que nos faz uma série de perguntas em relação ao culpado, suas motivações e afins. Se acertarmos nas perguntas, caso resolvido! Embora tudo isto seja construído com base em testemunhos, sem qualquer evidência que as sustente.

Não se deixem enganar por screenshots. Apesar de vários menus estarem em inglês, as vozes estão todas em japonês e muitos dos textos também.

Mas vamos às diferenças. Tecnicamente, a versão PC Engine CD / Turbo CD é muito similar à conversão da Mega CD, com vídeos bastante comprimidos e com uma resolução muito diminuta, embora se note uma melhor definição de cor, particularmente em cenas com maior luminosidade. A versão norte-americana da Turbo CD está integralmente em inglês, com o mesmo acting de qualidade acima da média para a altura. Já a versão PC-Engine CD, todo o voice acting foi dobrado para japonês. Alguns dos menus mantêm-se em inglês, como os locais ou pessoas a explorar, mas o conteúdo de certos menus, como notícias de jornais, telegramas, notas tiradas pelo detective ou até as questões colocadas pelo juíz foram todas traduzidas também para japonês. Portanto sim, a versão PC-Engine CD não é um jogo nada import friendly ao contrário do que inicialmente até esperaria.

Break In (PC Engine)

Após uma semana muito intensa de trabalho, é tempo para mais uma rapidinha e vamos ficar com mais um daqueles jogos de PC Engine que arranjei ao desbarato num lote considerável que importei do Japão algures no passado Dezembro de 2021. Foram 15 jogos que ficaram um pouco abaixo dos 5€, já depois das despesas de portes e alfândegas. Naturalmente a esmagadora maioria eram títulos de desporto e este é um jogo de bilhar. Apesar de ser um lançamento exclusivo japonês, curiosamente é um jogo que está 100% em inglês.

Jogo com caixa, manual embutido na capa e registration card

Vamos começar pelo início. Logo no ecrã título temos 3 opções para escolher: Simulation, Action ou Technique. As duas primeiras são idênticas no que oferecem: primeiro deveremos escolher qual das 6 diferentes modalidades de bilhar queremos jogar (a que nós portugueses mais conhecemos é a 8 ball) e depois somos levados a um menu adicional onde poderemos escolher entre “Play”, “With Coach” ou “Challenge”. As duas primeiras opções são uma vez mais similares entre si e levam-nos a partidas individuais, onde poderemos escolher se queremos jogar partidas de 1 contra 1, ou 2 contra 2, onde tanto num caso como noutro poderemos escolher entre oponentes controlados por CPU ou multiplayer com amigos. Outras modalidades poderão no entanto ter diferentes configurações, como 3 ou 4 jogadores a competir entre si, por exemplo. A diferença entre o “Play” ou o “With Coach” é que neste último caso podemos pedir a ajuda de um treinador, que nos irá dar a sua opinião sobre qual poderá ser a nossa próxima jogada. O Challenge é um modo história para um jogador, que é idêntico independentemente da modalidade seleccionada. Basicamente o jogo decorre a bordo de um navio algures em 1954. Nós somos um passageiro clandestino, somos apanhados e a única maneira de sermos perdoados é vencer 14 oponentes na modalidade de bilhar que escolhemos inicialmente. Não estou a brincar, o jogo está todo em inglês e é mesmo isso!

Tanto no modo Simulation como Action, podemos escolher uma de entre 6 modalidades diferentes. O 8 ball é a mais conhecida, pelo menos entre nós.

Mas voltando ao início, a diferença entre Simulation ou Action aparenta, tal como o nome indica, um dos modos ser mais realista e outro mais arcade. Mas confesso que saltei logo para o action e não perdi muito tempo com o primeiro! O último modo de jogo, o tal Technique, está ainda subdividido em três categorias: Pocket, Carom e Fancy Shot. Todos estes modos de jogo são desafios onde vemos o CPU a fazer uma tacada específica e temos de fazer o mesmo. Na verdade até acaba por ser um bom modo de treino dessa forma. Mas vamos à jogabilidade em si. Sempre que é a nossa vez de jogar começamos pela fase de “Set the image ball“. Esta é uma bola transparente que poderemos mover livremente pela mesa e acaba na verdade por definir a direcção da nossa tacada. Em seguida vemos as opções Ok, Adjust ou Detail. A segunda deixa-nos fazer alguma “sintonia fina” da posição da tal bola de referência, mas pressionando em Ok leva-nos para a fase seguinte, onde poderemos definir a àrea da bola branca que queremos atacar e em seguida a potência da tacada. Tirando a opção “detail” que sinceramente não entendi muito bem qual o seu propósito, as mecânicas de jogo e seus controlos são bastante simples.

Sim, há aqui um modo história. E está em inglês!

Graficamente é também um jogo muitíssimo simples, pois temos uma mesa de bilhar e algumas pequenas animações de cada um dos diferentes jogadores prédefinidos com os quais iremos interagir. A física das bolas parece ser decente tendo em conta que é um jogo de PC Engine de 1989, excepto no breaking shot (a tacada de abertura) ou simplesmente quando há muitas bolas a baterem umas nas outras. Aí o comportamento das bolas já fica muito estranho. A banda sonora é toda jazz, e, embora as músicas sejam agradáveis e até hajam várias músicas diferentes, as mesmas vão sendo repetidas até à exaustão mediante o modo de jogo escolhido. Pelo menos foi o que aconteceu no modo história!

Graficamente é um jogo simples mas eficaz

Portanto, este até que é um jogo que parece ser bem sólido para quem for fã do género, ao incluir múltiplas modalidades distintas e diferentes modos de jogo, incluindo multiplayer. Mesmo para quem não for um fã muito acérrimo de bilhar, dá bem para entreter por umas poucas horas. O meu eu de 12 anos que o diga, pois adorava o Lunar Ball da NES/Famicom!