Hoje é tempo de mais uma rapidinha a um jogo de PC. O Alone in the Dark original foi um jogo “muito à frente” no seu tempo e sem dúvida que influenciou outros jogos como os Resident Evil clássicos, até porque a fórmula era mais ou menos idêntica: ângulos de câmar fixos e gráficos pré-renderizados, os tank controls, poucas munições e a exploração e procura de itens para progredir nos cenários. Aqui nesta sequela as coisas já levaram um rumo mais para a acção. Este meu exemplar custou-me cerca de 2.5€ na Feira da Ladra há uns bons meses atrás, se a memória não me falha.

A personagem principal é uma vez mais Edward Carnby, um detective privado especialista em assuntos sobrenaturais, desta vez com a missão de investigar o paradeiro da menina Grace Saunders, que aparentemente terá sido raptada e levada para a mansão “Hell’s Kitchen”, casa de uma notável família de gangsters. Mas claro, o sobrenatural vem ao de si e eventualmente são também traçadas algumas ligações ao primeiro jogo, mas deixo isso para quem o for jogar.

A nível de mecânicas de jogo é muito semelhante ao original, tal como referido no primeiro parágrafo a maior diferença está precisamente no maior foco dado à acção e não propriamente ao “survival horror” em si. Iremos defrontar muitos gangsters equipados com várias armas, onde poderemos posteriormente usá-las nós próprios, assim como outros objectos como se fossem armas brancas. Mas os combates propriamente ditos continuam muito chatinhos, devido a umas más mecânicas do sistema de detecção de colisões. Principalmente em inimigos mais acrobatas que se mexam muito, fica difícil de lhes acertar em cheio, quer estejamos a usar armas de fogo, ou uma tábua de partir carne. Eventualmente há um ou outro segmento do jogo em que jogamos com a pequena Grace Saunders, e nessa altura teremos de ter uma abordagem mais furtiva, pois basta um dos inimigos nos encontrar para sermos capturados. Mas isso não quer dizer que não possamos ripostar, pois podemos preparar algumas armadilhas para os tirar do nosso caminho. De resto no geral mantém mais ou menos as mesmas mecânicas de jogo do anterior, incluindo todo o lore que pode ser lido ao descobrir livros e várias anotações espalhadas pela área do jogo.

Graficamente é um jogo um pouco melhor que o original, embora ainda continue a ser um 3D muito primitivo, com modelos com pouquíssimos polígonos e com texturas simples ou nenhumas. Os cenários sendo pré-renderizados já apresentam mais algum detalhe. No entanto, mesmo sendo um jogo mais focado para a acção do que o survival horror, a Infogrames ainda não tinha acertado na ambiência sonora, usando músicas que pouco ou nada acrescentavam à atmosfera mais tensa que este jogo precisaria. Só na recta final do jogo é que ouvi umas melodias mais épicas que já se adequavam mais àquilo que estava a ser vivido.
Em jeito de conclusão, este Alone in the Dark 2 apesar de não ser um mau jogo tendo em conta a altura em que foi lançado e mesmo sendo uma sequela continuava a ser um videojogo muito único dentro do mercado. Ainda assim pareceu-me um pouco menos inspirado que o primeiro precisamente pelo foco maior na acção, parece que dá a entender que foi feito um pouco mais às pressas. Ainda assim deverá ter tido sucesso suficiente para receber uma conversão para a Playstation e Sega Saturn, cujas versões não cheguei a jogar.