Kaze no Klonoa: Moonlight Museum (Wonderswan)

Vamos estrear uma nova plataforma aqui no blogue, nomeadamente esta Wonderswan, uma portátil produzida pela Bandai e que foi apenas lançada no mercado japonês. Com Gunpei Yokoi (criador dos Game Boy e Virtual Boy) como uma das mentes por detrás desta plataforma, o sistema tinha um potencial considerável, pois o seu hardware era mais poderoso que o Game Boy original, mantendo-se no entanto bastante portátil, barato e com uma boa longevidade da sua bateria, o que sempre foi a chave de sucesso para os Game Boy. Para além disso, a Bandai para além de produzir vários videojogos baseados em animes populares da época para esta plataforma, conseguiu também obter importantes parcerias com empresas como a Namco, Squaresoft ou Capcom para trazer vários dos seus sucessos para este sistema. A primeira iteração deste sistema é lançada em 1999 e nos anos que se seguiram a Bandai lança novas versões do seu sistema, incluindo a Wonderswan Color, com um hardware idêntico mas ecrã a cores e por fim a SwanCrystal, com um ecrã de melhor qualidade. No entanto, infelizmente para a Bandai, com o lançamento da Game Boy Advance em 2001, o sistema acaba por ser descontinuado em 2003. Um dos títulos que a Namco acaba por produzir para esta portátil é nada mais nada menos que este Klonoa: Moonlight Museum, saindo para o mercado poucos meses após o lançamento da portátil. O meu exemplar foi importado directamente do Japão algures em Julho do ano passado, tendo-me custado uns 70€… mais portes… impostos… o melhor é nem pensar nisso.

Jogo com caixa e manual

A nível de controlos, as coisas não são lá muito diferentes, com os botões faciais da Wonderswan a servirem para saltar e agarrar/atirar inimigos ou outros objectos como caixas que poderemos manipular. Existem no entanto várias diferenças consideráveis, com esta versão Wonderswan a ser muito mais focada em puzzles do que no platforming puro e duro. Isto porque o jogo está dividido em vários mundos, cada qual com 6 níveis e o objectivo é sempre o mesmo: explorar e obter 3 cristais que nos desbloqueiam a saída para o nível seguinte! À medida que vamos avançando no jogo, vão-nos sendo introduzidas cada vez mais mecânicas diferentes que terão de ser utilizadas nos puzzles seguintes. As coisas começam simples com a necessidade de usarmos a habilidade de “usar “agarrar” os inimigos e usá-los como trampolim para alcançar plataformas de outra forma inatingíveis, culminando em puzzles complexos que envolvem manipular caixas, inimigos explosivos com bombas relógio e activar alavancas no momento certo. Ao terminar o jogo desbloqueamos um conjunto de níveis “EX”, bem mais exigentes no platforming, com os últimos a exigirem puzzles bastante complexos também.

O primeiro nível e últimos níveis são capazes de ser dos mais bem detalhados.

A outra particularidade nas mecânicas deste jogo prende-se ao próprio hardware da Wonderswan. Se virem fotos do sistema apercebem-se que o mesmo possui dois botões direccionais do lado esquerdo do ecrã e isto acontece pelo facto de o sistema poder ser jogado tanto na horizontal como na vertical, existindo jogos que funcionam num esquema, noutro ou outros títulos que vão alternanto entre ambos os métodos de controlo. Este Klonoa é um deles, com vários níveis que nos irão obrigar a “virar” a consola de lado para o jogarmos no modo vertical. Dessa forma, o direccional de cima passa a ser o direccional principal e os 4 botões do direccional de baixo a servirem para saltar e usar a habilidade de agarrar/atirar inimigos. Como o jogo recebeu um patch de tradução feito por fãs (embora a história não seja lá grande coisa), joguei-o em emulação e se tiverem a pensar em fazer o mesmo convém saberem que irão ter de rodar o ecrã ocasionalmente. Usei o Mednafen, que tem uma tecla de atalho (ALT+O) para rodar o ecrã, mas infelizmente precisei também de reconfigurar os controlos de cada vez que isso aconteceu.

Ocasionalmente o jogo obriga-nos a alternar para o modo vertical, o que em emulação poderá ser problemático

A nível audiovisual, bom, talvez seja um pouco injusto aquilo que aqui vou referir, mas não achei o jogo nada de especial. É verdade que ainda não estou muito seguro do que seriam realmente as capacidades deste sistema (apenas havia jogado alguns títulos em emulação há muitos anos atrás), mas confesso que não fiquei grande fã do resultado final. Uma coisa é certa, o Game Boy original não conseguia correr este jogo pois as sprites são bem detalhadas e os cenários possuem alguns bonitos efeitos de parallax scrolling. Mas sinceramente achei que os cenários poderiam ter backgrounds mais detalhados. Talvez se este fosse um jogo de Wonderswan Color a conversa fosse outra… A banda sonora sinceramente também a achei aborrecida, com músicas demasiado calmas e minimalistas durante todo o jogo.

A história não é nada de especial… a Lua desapareceu, tendo sido aprisionada por uma série de “artistas” de um museu. Existe uma tradução feita por fãs, no entanto.

Portanto este Klonoa: Moonlight Museum é um interessante jogo de plataformas, particularmente se apreciarem jogos deste género mas com um foco bem maior nos puzzles do que propriamente no platforming. A nível audiovisual deixou-me um pouco decepcionado pelos seus cenários algo vazios e músicas aborrecidas, mas pelo menos nas mecânicas já dá para ter uma ideia do que contar nas suas iterações de Game Boy Advance.