Continuando pelas rapidinhas, ficamos agora com um dos lançamentos europeus da Game Gear que são mais difíceis de encontrar. Na verdade, algures em 2010, tinha encontrado na extinta PressPlay no Porto uma cópia completa que tinha comprado pela módica quantia de 9.5€. Na altura já sabia que era um jogo raro e que rendia um bom dinheiro se o vendesse lá fora. E sendo eu um aluno universitário sem dinheiro nenhum, foi o que acabei por fazer, sabendo que mais tarde ou mais cedo me iria arrepender. E adivinhem, arrependi-me mesmo. Anos mais tarde, mais concretamente em Dezembro de 2016, acabei por encontrar um cartucho solto numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto, tendo-me custado 5€. Curiosamente um reseller tinha passado pelos mesmos jogos minutos antes e levou os títulos mais sonantes, certamente não conhecia este jogo. É a vida.
Este Tarzan, desenvolvido pela Gametek, é um simples jogo de plataformas com o famoso herói das selvas como protagonista, anos antes do filme de animação da Disney ter saído nos cinema. Em cada nível temos objectivos diferentes, por exemplo no primeiro nível temos de curar um gorila agressivo. Para isso temos de coleccionar uma série de flores, levá-las ao curandeiro na outra ponta do nível para nos fazer uma poção mágica, voltar ao início do nível onde temos de defrontar o gorila como um boss, mas usando a poção como arma. Já no segundo nível temos de coleccionar uma série de moedas e depois defrontar um crocodilo que comeu outras tantas moedas. No terceiro nível temos uma selva em chamas onde temos de salvar uma série de animais e no fim defrontar um leão. E por aí fora… como podem ver os níveis seguem sempre um padrão de coleccionar objectos e quando os juntarmos todos, temos de nos dirigir ao boss e derrotá-lo.
A jogabilidade é simples, com um botão para saltar e outro para atacar. Vamos tendo no entanto é diferentes armas, algumas com munição infinita mas que dão pouco dano, outras com munição limitada, com mais dano, porém teremos de ir procurando mais munições ao defrontar inimigos. Estes vão deixando também outros power ups como peças de fruta que nos regeneram a barra de vida, continues, vidas extra ou tempo extra! Este é capaz de ser o power up mais valioso pois muitas vezes o tempo que nos dão para completar um nível não é suficiente. Felizmente costumamos ter sempre pelo menos um checkpoint a meio de cada nível que nos facilita um pouco a tarefa.
A nível audiovisual é um jogo simples, com sprites pequenas e pouco detalhadas. Os níveis no entanto até que vão tendo detalhe quanto baste. As músicas são agradáveis mas nada particularmente memorável.
Este Tarzan não é nada de especial portanto, mas também não acho um jogo tão mau quanto isso. Tem alguns pontos a melhorar claro, como o facto de o tempo que temos disponível para completar um nível ser escasso, o facto de ficarmos momentaneamente paralizados sempre que sofremos dano, ou o facto de alguns bosses serem umas autênticas esponjas. Se vale as centenas de euros que pedem no mercado? Certamente que não. Existe também uma versão para a Gameboy que me parece em tudo idêntica, excepto na questão de ser inteiramente a preto-e-branco.